Um menino, de 12 anos, é o principal suspeito da morte de um estudante, na última quarta-feira, na Pedra da Gávea, na Zona Sul do Rio. De acordo com a polícia, o menor de idade teria confessado que empurrou João Marcello Vieira Lago, de 27 anos, para roubar o telefone celular e a bicicleta do jovem. Depois do depoimento, no próprio dia 2, ele foi liberado e encaminhado a um abrigo. No último sábado, o corpo de João Marcello foi encontrado e, agora, o menino está sendo procurado pela polícia, já que fugiu do abrigo.
De acordo com relato de João Marcello em seu perfil no Instagram, há cerca de uma semana, ele conheceu dois meninos moradores de rua, na Praça do Ó, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade, e os levou para casa. Na rede social, ele postou um vídeo mostrando as crianças almoçando. No texto, o estudante escreve que eles “passam uma ou duas semanas na rua e voltam para suas casas”.
Na mensagem, João Marcello ainda explica que viu os dois em uma lanchonete à 1h e resolveu chamá-los para dormir na sua casa, também na Barra da Tijuca. O jovem contou que os garotos dormiram “igual pedra” até meio-dia, assistiram a televisão e foram à piscina. Depois do almoço, ele disse que os levaria à praia. “Queria poder pagar um colégio bom para eles. Amém”, escreveu.
Nas mensagens, amigos e até desconhecidos do estudante debatem sobre o ocorrido. “Temos amigos que os viram subindo (a Pedra da Gávea). Ele estava cuidando dos dois com muito carinho. E, infelizmente, por causa de um telefone, ele foi morto com a maior crueldade possível”, postou uma jovem. Outra, defende o menor de idade da acusação de assassinato: “Não há provas contra o meu amigo. Esse menino nunca roubou nada de ninguém, mesmo passando por necessidade.”
Na foto seguinte, aparecem os dois meninos, sentados em um sofá. Na legenda, o estudante colocou: “Só mlk bonito, meus filhos.” Na maioria dos 136 comentários na imagem, a maior parte deseja força à família da vítima. “Saudades eternas de um grande homem, com um grande coração”, escreve uma moça.
Ao G1, a mãe de João Marcello, Marcia Valentina Vieira, contou que já havia alertado o filho sobre o perigo de acolher desconhecidos em casa.
— Falei que deveríamos ajudar, mas não desta forma. Mas jamais pensei que ele (o menor) ia ter essa maldade.
Procurado pelo EXTRA, o delegado Mario Luiz da Silva, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), não quis dar informações sobre o caso. A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que o inquérito está sob sigilo.
Fonte: Globo