Numa brincadeira do Fluminense em sua página de uma rede social, Cícero foi alçado quase à condição de “santo” depois dos dois gols marcados contra o América-RN, quarta-feira, na vitória por 3 a 0 pela terceira fase da Copa do Brasil. Numa montagem, usava chapéu, batina e foi chamado de "Padim Ciço", uma referência ao Padre Cícero, figura religiosa marcante do nordeste brasileiro. Padre Cícero foi um sacerdote com bastante prestígio no Ceará no fim do século XIX e início do século XX.
A homenagem fez sucesso entre os torcedores na internet. O Cícero do Tricolor está longe de ser milagreiro, mas tem sido peça-chave no time de Cristóvão Borges. Contratado na pausa para a Copa do Mundo, chegou como se não tivesse saído, já que na passagem anterior pelas Laranjeiras, entre 2007 e 2008, era titular e destacou-se com gols, boas atuações e conquistou os tricolores.
Recém-chegado, não demorou nada para aparecer bem outra vez. Foram cinco jogos até aqui, quatro pelo Brasileiro e um pela Copa do Brasil, e quatro gols marcados. Primeiro, Cristóvão escalou o jogador como segundo volante. O camisa 5 não foi mal, mas usá-lo mais longe do gol dava a impressão de desperdício. O técnico mudou. Adiantou Cícero para jogar como meia. Ele, Conca e Wagner formam o trio que fica atrás do atacante – Rafael Sobis ou Fred.
Contra o América-RN, por exemplo, jogou bem aberto pela direita. Fez dois gols com assistência de Chiquinho, ambos de dentro da área. Cícero não é apenas um finalizador e um armador. Ele também ajuda na hora de defender. Em vários momentos da partida contra os potiguares voltou quase até a área tricolor para acompanhar os adversários. A versatilidade é seu ponto forte.
- Quando você tem peças dentro de campo que dão alternativas para o treinador mexer sem ter que substituir, é um ganho. Nossa equipe tem facilidade para poder usar os jogadores. Na visão dele (Cristóvão), ajuda muito. Às vezes, você pode precisar de outra formação de jogo e com os mesmos jogadores acaba mudando – frisou.
No Santos, o jogador atuava como meia, mas jogava centralizado. Também fazia gols. No Fluminense, são 24 em 90 partidas, somadas as duas passagens.
- Sei que minha função não é essa, mas dentro de campo procuro me posicionar da melhor maneira possível. Depende muito da situação do jogo. A equipe é qualificada, a bola chega redonda. Além de posicionamento, isso faz a diferença.
Apesar de ter sua parcela de responsabilidade defensiva, mais avançado Cícero tem a possibilidade de produzir mais e de estar sempre perto da área.
- Eu tenho mais liberdade naquela posição, mas não é muito a minha característica. Mas tento me adaptar da melhor maneira possível como o técnico precisa.
Na Copa do Brasil, o Fluminense está tranquilo. No jogo da volta, quarta-feira que vem, pode até perder por 2 a 0 no Maracanã que estará classificado para as oitavas de final. No Brasileirão, o time é o vice-líder. Neste sábado, enfrenta o Coritiba, às 21h (de Brasília), também no Rio.
Depois de descansarem nesta quinta-feira, os titulares treinam na tarde desta sexta.
Fonte: Globo Esporte