O inglês Max Mosley, presidente da FIA de 1993 a 2009, está processando as empresas Google Inc. e Google UK pela reprodução de imagens de uma orgia ocorrida em 2008, com sua participação. O ex-dirigente de 74 anos alega que a reprodução das imagens fere sua privacidade e viola a lei britânica de proteção de dados.
Em 2008, Mosley venceu o processo contra o jornal "News of the World", que foi o primeiro a divulgar as imagens de sua orgia com cinco mulheres. À época, a publicação afirmou que a relação entre o ex-presidente da FIA e as mulheres tinha conotações sadomasoquistas e nazistas. O ex-dirigente é filho de Sir Oswald Mosley, político que defendeu a ideologia fascista na Inglaterra no período entre-guerras e foi chanceler do Ducado de Lancaster entre 1929 e 1930. O juiz responsável pelo caso decidiu que houve má fé nas acusações feitas pelo jornal, e Mosley recebeu uma indenização de 60 mil libras (cerca de R$ 225 mil).
O objetivo do novo processo é impedir que o Google indique páginas que reproduzam as imagens da orgia em seus resultados de buscas. Mosley já venceu causas semelhantes contra as subsidiárias da empresa americana na Alemanha e na França. Nos dois casos, os tribunais decidiram que a presença de páginas com as imagens ferem a privacidade do britânico.
- A adesão ao estado de direito é essencial para qualquer sociedade. Isto deve incluir o cumprimento das decisões dos tribunais. Como porta de entrada para a internet, o Google obtem lucros enormes e exerce grande influência. Mas o Google deve operar dentro da lei, e não de acordo com suas próprias regras. Ele não pode ignorar as decisões de nossos tribunais - disse Mosley.
Os advogados do ex-presidente da FIA, que, disseram que as tentativas de acordos com o Google para a retirada voluntária das imagens em seus sistemas de buscas não obtiveram sucesso. Um porta-voz da empresa afirmou que o Google está atento às reivindicações de Mosley e que dezenas de links notificados pelo ex-dirigente já foram retirados das buscas.
Fonte: Globo Esporte