Durante coletiva, na tarde desta segunda-feira (9), o prefeito ACM Neto apresentou deficiências nos serviços de abastecimento de água e esgoto da capital baiana e a falta de cobrança no serviço realizado pela Embasa. Na ocasião ele afirmou que, a partir do dia 15, a fiscalização será feita pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal).
O gestor do município recebeu críticas do governo, sobre uma possível privatização da empresa. “Ele está fazendo um ataque sistemático e vendo coisa onde não existe. A intenção deles é privatizar a Embasa, não tenho dúvidas. Esta é uma visão atravessada de quem quer faturar para o caixa de Salvador”, criticou Jaques Wagner, durante entrevista para uma rádio.
ACM Neto negou as afirmações de Jaques Wagner sobre o interesse do político. “Ninguém está falando em privatização de nada, afinal não temos esse poder. Muito menos em retirar a concessão dela”, disse.
O Prefeito afirma que a empresa gestora pelos serviços de água do Estado não tem cuidado da cidade, da forma que deveria. “Ela hoje faz o que quer em Salvador e não é cobrada por isso.”
O secretário de Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil, Paulo Fontana, criticou também os prejuízos da empresa gestora do serviço de água, referente aos buracos na cidade. “Ela (Embasa) danifica cerca de 80 buracos por dia. Firmamos um convênio com a Embasa e ficou definido que ela iria entregar as vias recuperadas. São incalculáveis os prejuízos.”
Aumento na fiscalização – A Prefeitura de Salvador criou um órgão regulador, para fiscalizar e impor medidas a Embasa. Atualmente, a agência responsável pelo serviço, Agersa (Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia), é considerada ineficiente. “Queremos que o município tenha o poder de regular e adotar medidas com a Embasa, para quando ela faltar com a cidade”, disse.
Segundo o gestor, existe uma clausula assinada pela Prefeitura e Estado dizendo que o município pode interferir no trabalho da Agersa, caso ela não esteja correspondente. Dados divulgados pelo órgão mostram que apenas 5 fiscalizações foram feitas em 2012.
ACM Neto também comentou o fato da Agersa estar ligada à mesma secretaria da Embasa, “dificultando a sua independência e a capacidade da atuação”. Para controlar a situação, a partir do dia 15, começa a funcionar a Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal), que será a nova responsável pela fiscalização no município.
População sem água – De acordo com um estudo feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), mais de 200 mil soteropolitanos não tem acesso à água tratada (correspondente à população da cidade de Juazeiro).
Um número ainda mais assustador se refere à rede de esgoto, onde mais de 560 mil não tem acesso. Segundo o Instituto, o Município de Salvador perde cerca de 45% da água que produz. Isso equivale a mais de 150 litros de água tratada por habitante/dia que são perdidos no sistema de distribuição de água da capital.
Fonte: Varela Notícias