Um grupo de ajuda e muita vontade de mudar de vida foram suficientes para que o violinista porto-alegrense Reinaldo Alexandre de Ávila, de 39 anos, conseguisse perder 100 quilos em apenas um ano e três meses. Ele já tinha tentado emagrecer outras vezes, sem sucesso. Mas depois de muitas desistências, viu que precisava de uma atitude definitiva e de um método correto de emagrecimento.
O tema desta reportagem foi sugerido por um leitor pela ferramenta de jornalismo colaborativo VC no G1. Você também pode participar enviando sua colaboração.
Há pouco mais de um ano, Reinaldo pesava 190 quilos. Hoje, com 100 quilos a menos e calças dezenas de números menores, ele decidiu compartilhar suas experiências em um blog. Lá, ele dá dicas para estimular outras pessoas a ter uma vida mais saudável. Diz que o mais difícil na reeducação alimentar é dar o primeiro passo, já que a pessoa com sobrepeso fica muito resistente a mudanças. "Quero mostrar que alguém que teve quase 200 kg pôde mudar e teve uma chance de reeditar sua vida. Meu recado para quem está tentando é que é possível”, diz, emocionado.
Para perder peso, o gaúcho transformou a música em sua principal fonte de prazer e se apoiou na paixão por tocar violino para superar os momentos difíceis. Além disso, fez tudo com acompanhamento de psicólogos e nutricionistas. O tratamento consistiu em uma reeducação alimentar e caminhadas três vezes por semana, no mínimo por uma hora. “No começo foi um pouco mais difícil, já que eu era muito pesado e fazer esforço por tanto tempo causava problemas nos joelhos. Depois se tornou um prazer”, lembra.
Só no primeiro mês, aquele em que o corpo elimina mais líquidos acumulados, Reinaldo emagreceu 15 quilos. O maior esforço, recorda ele, foi se restringir a comer apenas o que estava no seu plano alimentar. “Era muito difícil. A comida é a coisa mais perigosa que existe e se transforma de um alimento a uma droga em poucas garfadas. Quem tem sobrepeso precisa ter um controle próprio muito forte”, ensina.
O bullying foi o principal problema de Reinaldo durante a infância. Na juventude, teve dificuldades em estabelecer contato com os colegas e era discriminado. Não frequentava as aulas de educação física, nem os exames físicos obrigatórios por não poder correr com destreza. O violinista recorda que precisava pagar um dinheiro que não tinha para consultar um médico fora da escola, na época. Por vergonha, ele nunca tirava a camisa, nem mesmo na praia. Por conta da obesidade, evitava sair de casa e se divertir em bares ou festas.
Entretanto, tudo isso ficou no passado. O corpo que antes desagradava o músico hoje é motivo de orgulho. E quem antes era motivo de brincadeiras agora virou exemplo na família, que tem muitos integrantes com sobrepeso. “Deixei de ser o mais gordo deles para ser o mais magro”, celebra Ávila, que continua em manutenção do tratamento: dieta balanceada e exercícios físicos. O músico diz que, o melhor de todo esse esforço, é poder brincar com sua filha pequena, que também já aprende a ter uma alimentação mais saudável.