Confira nossas dicas para fotografar e filmar evitando que suas imagens fiquem tremidas. Entendendo a configuração da sua câmera e utilizando equipamentos profissionais e improvisados para obter a melhor imagem, tudo ficará mais simples.
Ajustando a configuração da câmera
Desde as câmeras mais simples às mais complexas, é comum encontrar a função de “estabilização”. Na configuração padrão, este recurso já é acionado automaticamente.
A estabilização da câmera pode ser através do deslocamento do sensor, deslocamento das lentes ou por processamento digital. A intenção é fazer com que a câmera acompanhe o movimento da sua mão para reduzir o efeito de “imagem tremida”.
Imagens nítidas com alto nível de zoom, por exemplo, seriam impossíveis sem a ajuda da estabilização da câmera sem a utilização de tripés, e mesmo assim, capturar imagens deste tipo com nitidez, é um grande desafio.

Aumentar a velocidade do obturarador ao máximo aumenta suas chances de obter fotografias mais “congeladas”, mas você terá que compensar a configuração, aumentando a sensibilidade ISO e/ou a abertura (“aperture”), para que a imagem não fique escura.
Em câmeras mais simples, o modo de cena “Esportes” geralmente é o que favorece captar imagem com a maior velocidade, e este é o modo indicado justamente para captar objetos em movimento.
O esquema abaixo tenta resumir o efeito que cada configuração produz na imagem captada.

Tripé
Por mais que os fabricantes prometam, o sistema de estabilização das câmeras não é suficiente. O tripé continua sendo a solução mais indicada para fotografias e filmagens, independente da configuração ou das condições de iluminação do ambiente.
Uma imagem com exposição próxima a um segundo é praticamente impossível de ser obtida com nitidez sem a ajuda de um tripé, principalmente em ambientes mal iluminados. Apenas “mãos bem treinadas” conseguem a façanha de fotografar nitidamente sem o auxílio do aparelho.
No exemplo abaixo comparamos duas imagens capturadas com seis segundos de exposição, sem e com o auxílio de um tripé.

Os tripés profissionais geralmente possuem pernas independentes, e isto facilita o nivelamento em qualquer terreno. Sua estrutura é muito mais resistente que os demais tipos, e muitos dos modelos permitem reposição de peças, quando necessário.
Os tripés portáteis (ou semiprofissionais) possuem preços mais atraentes, mas as pernas interligadas limitam um pouco suas possibilidades. A cabeça do tripé geralmente é fixa, e caso alguma de suas peças se estrague, geralmente não há reparo. O peso dos tripés portáteis também é bem menor, e a mínima vibração ou vento podem afetar a qualidade da imagem.
Os mini tripés quase não tem utilidade para fotografias externa, mas eles podem ser usados em câmeras menores como suporte para filmagens de ação. Eles são indicados para ambientes internos ou quando você precisa apoiar a câmera sobre uma mesa, por exemplo. Também podem ser úteis para selfies e vídeo depoimentos.

No caso de tripés profissionais, algumas marcas vendem a cabeça separada do tripé. Pode parecer caro, mas esses modelos são “definitivos”, enquanto um simples amassado pode comprometer o funcionamento de um tripé amador.
Fique atento à classificação que o varejo não especializado dá aos tripés. É comum encontrar exemplares amadores classificados como profissionais. Um tripé profissional provavelmente custará mais de R$ 300, enquanto tripés simples são encontrados na faixa dos R$ 130. Fique atento também à altura máxima.
Estabilizadores profissionais para filmagem
Há vários tipos de equipamentos utilizados para estabilizar a imagem. Eles são próprios para filmagens, mas nada impede que você fotografe com eles.
Os estabilizadores portáteis permitem que você fique com a outra mão livre para configurar a câmera (controle zoom, foco e botão de disparo).
Os modelos com colete são certamente os menos portáteis, mas são os que provém maior estabilidade, e são indicados para uso profissional. Para sessões extensas, o peso da câmera incomoda, e contar com a ajuda do colete para aliviar o peso é uma opção bastante interessante.
O estabilizador de mão tipo “grip” é indicado para esportes radicais e dá mais mobilidade, permitindo capturar os melhores ângulos, ao contrário dos suportes presos ao corpo ou veículos.
E o estabilizador de mão com pesos, o tipo “flycam”, é um modelo simples que pode ser utilizado em várias situações. Os pesos podem ser remanejados e ajustados para compensar a variação do peso do corpo das câmeras. O peso pode ser maior na parte da frente, dependendo da lente utilizada, e lateralmente, principalmente quando se usa flashes ou microfones externos.

Os estabilizadores em formato de rodas ou deslizamento sobre trilho, os “dolly”, permitem filmagem super estáveis, mas com o movimento limitado à extensão e direção dos trilhos. São uma boa pedida também para a filmagem de detalhes e trazem dinamismo à cena.
Há também os estabilizadores com apoio para ombros “shoulder rig”. Seu manuseio lembra o das filmadoras profissionais mais antigas, e permitem uma boa estabilidade por se apoiarem nos ombros à altura dos olhos.
Os estabilizadores com formato semelhante a uma gaiola são versáteis. Você pode segurar o equipamento pelos lados com uma ou duas mãos, e ainda pode segurá-lo na parte superior, o que facilita abaixar o suporte à altura dos pés confortavelmente (o que seria difícil nos demais modelos).

Se a câmera não oferece o foco contínuo durante a filmagem, será necessário ajustar o foco manualmente ao longo do vídeo. Assim, é melhor optar por um estabilizador que te deixe com uma mão livre ou que tenha um sistema que a facilite o ajuste do foco (“follow focus”).
O “rei do pedaço”
O estabilizador Movi tem sido considerado o melhor estabilizador para filmagem. Sua estrutura e engrenagens complexas permitem captar imagens suaves mesmo nas piores condições e velocidade.

Segundo os produtores que já o experimentaram, apesar de sua aparência monstruosa, ele é um equipamento extremamente silencioso, preciso e fácil de usar. O preço da versão M5, a menor e mais acessível, custa certa de U$ 5 mil (cerca de R$ 11.700), e a versão padrão, o Movi M10, custa cerca de U$ 16 mil (aproximadamente R$ 37.500) no site oficial. Veja vídeo do dispositivo.
Estabilizadores caseiros
Com o preço dos estabilizadores profissionais nada atrativo para usuários domésticos, você mesmo pode construir seu estabilizador. O TechTudo reproduziu opções simples de estabilizadores caseiros, e os resultados foram bem satisfatórios.
Utilizamos um cortador de PVC de R$ 40 para facilitar o corte de tubos PVC, um spray de tinta preta fosca de aproximadamente R$ 20 para dar o acabamento e uma furadeira que pode ser encontrada a partir de R$ 60.

Neste primeiro modelo, o desafio principal deste é balancear os pesos. Uma das principais limitações é ter que balanceá-lo novamente, caso você troque de lentes ou acrescente algum acessório, como um microfone externo.
Fonte: Globo