RIO — Mesmo com o alerta aos seguranças para serem mais rigorosos na repressão a atitudes imprudentes dos visitantes, após a tragédia em Cascavel, quando um menino teve que amputar o braço após ser mordido por um tigre, guardas do Jardim Zoológico do Rio não conseguiram evitar nesta quinta-feira um grande número de irregularidades. A mais comum foi cometida por adultos, que colocavam crianças pequenas sentadas sobre o guarda-corpo em frente às jaulas de leões e tigres. Por volta das 15h30m, o pai de uma menino de aproximadamente 2 anos foi repreendido por uma guarda por expor o filho a risco. Mas, minutos antes, dois pais fizeram a mesma coisa sem serem importunados.

 

Os 48 guardas do Zoo, que trabalham em dois turnos, foram alertados para que não tolerassem qualquer transgressão às normas de segurança e impedissem que crianças ficassem no guarda-corpo, distante um metro e meio das jaulas. A maior preocupação era com o leão Simba e o tigre-de-bengala Sorocaba, duas das principais atrações do Zoo. Apesar as falhas presenciadas pelo GLOBO, o supervisor de segurança, Marcos Antonio Barbosa, disse que orientou pessoalmente e fiscalizará o trabalho dos guardas. Já o gerente de biologia do Zoo, Anderson Mendes Augusto, disse que a tragédia de Cascavel poderia ter acontecido em qualquer lugar. Para ele, soou como uma lição.

 

— Foi muito triste o que aconteceu. Nos fez ficar mais atentos, porque como aconteceu lá pode acontecer aqui ou em qualquer outro zoológico. Rondas são feitas a todo instante, e são raras as vezes em que não encontramos um pai ou uma mãe agindo de forma negligente. Nossa grade é feita de forma que o animal não consiga passar a pata, mas não se deve ultrapassar o bloqueio — alertou.

 

Enquanto alguns pais cometiam a infração, outros redobravam a atenção. Alertado por telefone sobre o caso de Cascavel, o técnico de operações Waldir Vieira, que passeava com as duas filhas no Zoo, disse ter ficado preocupado.

 

— Eu já estava aqui quando meu pai me telefonou contando sobre o acidente no outro zoológico. Fiquei assustado e mais alerta com minhas filhas.

 

 

 

 

 

Fonte: Globo

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